terça-feira, 25 de agosto de 2009

Novas roupagens, futuras viagens.

A cada dia que nasce,
a cada raio de sol que espreito,
Eu sinto uma necessidade,
um querer de levar a peito,
de me vestir de branco,
de contrariar a verdade.

Vestimentas são peles,
peles que disfarçam o sou e tenho,
talvez por as uso para me sentir melhor,
talvez para não mostrar este preto ferrenho.

Ao ser visto de fora e ao longe,
pareço estar melhor que nunca!
Como o louva-a-deus está para o monge,
como o maestro mostrando sua batuca.

Sinto-me enganado e gosto,
não me quero desgarrar disto que me faz feliz.
Como um rei disposto: se me tiram esta coroa,
lá se vai o petiz.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Culpa.

Era aceitável, perdoável,
um pouco ou quanto lamentável,
essa turbulência que apareceu na linha minha
vinda não do que pretendia,
Mas do que tinha.

Era confrontado, subjugado
do pesar do sentimento de culpa
daquilo que tinha amontoado
em mim, daquilo que agora não me segura
nem me guia, só me perturba...

A culpa, ou este sentimento,
só se fermenta por algo que está em mim
e fico desfeito por dentro (mas aguento)
por saber que só por responsabilidade minha
é que a minha vida agora é assim...

Vejamos: só consigo sentir culpa
porque me revejo em dois:
Um que está agora aqui e remói o passado
e o que me preocupa, o que virá depois.


Convenhamos: "preso", "contraído" e "agarrado"
são tudo palavras deste dicionário que me foi criado.
Não porque quis... ou talvez nem tal culpa coube a mim.
Mas por tudo isto escrito e passado,
Sei que lê-lo até ao fim,
é agora encontrar-me a mim,
Enfim!

sábado, 8 de agosto de 2009

Não me consigo conter.

São tantas, tantas meus caros,
estas flechas de pensamento que se concentram em mim.
Mas sem percepção nem reparos,
elas fogem e caíem, assim.

Sou concha, sem a sua metade.
Não porque divago além-mar,
mas porque não tenho como me fixar,
nem para onde ou quem olhar...
Sorte: tenho pouco e muito para mostrar.

Mas será que quero?
Não sei, este apenas sou eu.
Estas ideias, espero,
não me mudem a mim nem o céu.
Que mudem o que possa ser mudado!
Cada vosso céu estrelado.

Inspiração, onde estás?

Tem-me faltado inspiração.
Inspiro... apenas ar,
e expiro emoção.

Como o trespassar da emoção
é tão dificil de se fazer,
assim canto eu esta canção
aspirando mais por dizer.

Pensamentos difusos,
andam por aí sem rédea nem travão.
Explaná-los sem um senão
quero-vos dar novos usos.

Por isso escrevo, declamo,
pois apesar de saber que eles podem ser ilusões,
eu vos inflamo...
Para poderem surgir novas canções.