segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Comparo-te ao sol,
que nasce a cada dia, reluzente e reminiscente.
Desafia-me a viver - a lutar.
Pelo fundo do meu ser, pelo meu querer.
Não dás algo que não queira,
mas retorces a minha contínua ilusão.
Quero-te a raiar, à minha beira
porque é tão reconfortante a luz que expande do meu ser...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

É imprudente a vista do coração,
tão impulsivo no seu canto escondido...
Abraçado com as estórias que o destino tem para contar,
mas tão inocentemente perdido...

Apenas quero eu saber,
nessa calma nua,
quando a minha rua
se vai cruzar com a tua...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O horizonte sem caminho

Não há resposta para o que não se vê,
as perguntas são só o remoer do pensamento...
Quero o objecto indiferenciado da razão,
A destreza do momento, a galgar da opressão.

A tortura da incerteza, para uns,
é o meu guia, a voz altiva.
Para quê o temer do gesto,
se não há tormenta que me ponha à deriva?

Defendo que a irreverência é a derradeira arma
para derrubar os imaculados cálculos da mente;
Revogue-se o veneno da lógica
e solte-se aquela garra, sem precedente.


Não vou hesitar, Não vou esperar, vou ser Hoje. Vou ser Agora.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Quero ser...

Quero ser redondo,
sem arestas para limar.
Cada vértice, impureza minha;
cada canto, uma história por contar.

Quero ser uma linha,
sem defeitos, recta.
Voar alto sem sair do chão,
conquistar o horizonte com a precisão certa.

Quero conseguir ser mais de mim,
um aristocrata dos meus desvaneios.
Contornar as esquinas devagar,
atingir o fim sem desfazer os meios.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Coisas da alma e muito mais

A distância que vai desde o olhar ao sentir,
não é um palmo, um metro, não é uma rua.
Não é uma fotografia nem um gesto.
É uma recordação, é o pensar.
A minha alma está fria... está nua.
Nem se mexe, não dá o mínimo de manifesto.
Está ali apertadinha, com frio, com medo do pensar.

Gostava que fosse madura, com o mínimo de caução
- que não tivesse entrecruzada com o meu coração.
Mas ela existe, está lá para me proteger.
Está na sua esfera... mas alberga o meu ser.

Companheira de emoções:
sei que és indiferente à lógica...
Seja por falta de tacto ou frieza.
Quando o leque se espalha na mesa, emanam mil exclamações!

Perdoa-me alma, por ser tão exigente de ti.
Quanto mais tu te desvaneces, mais o meu coração sorri.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Olá, o meu nome é Sub (-) Consciente e hoje apetece-me falar um pouco sobre... tudo!


Detesto o vento, detesto o mar.
Detesto a música e o sonhar.

Alto! Será que é mesmo isto que está dentro de mim a borbulhar para se soltar cá para fora?

Gosto do teclado, da caneta.
Gosto da minha gaita e de tocar à punheta.

Detesto multidão, detesto a fila.
Detesto o meu colhão e a minha pila.

Gosto de regra e uma certa disciplina.
Gosto de escancanar e de uma ganda pina.

Detesto o meu pensar e esta mentalidade.
Detesto... Detesto o caralho, para isto já não tenho idade.

Ou tenho? Não será isto mais uma distorção da correcta visão, da minha própria natureza? Um muro que se me impõe por todos os artifícios da conjuntura em que vivo, respiro, ando?

Pois, isso fica a cargo do vento... daquela folha a pairar no ar, daquele pólen numa tarde de primavera sem rumo, sem saber onde parar, sem saber o que e onde germinar. Eu sou esse campo de silvas, o espaço das amoras silvestres e do que há para cultivar, aqui, com os sentidos bem dispertos.


E isso tudo é muito fodido, pena é que a minha mãe tá-me a foder a cabeça para ir jantar. Props, paz

domingo, 1 de novembro de 2009

Passeio

A calçada de toda uma vida
é feita de pequenos paralelos e lindas ruelas,
lixo entranhado e vias repartidas,
buracos no meio e marcas de calcadelas.

A minha calçada,
nem um passeio, nem uma auto-estrada o é.
É um misto dos dois, uma mística caminhada.

Há quem caminhe por gosto,
há quem passe por desgosto.
Há quem se reveja no meu rosto,
e há quem aviste o seu posto... Talvez longe de mim, longe de novo.