segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

É imprudente a vista do coração,
tão impulsivo no seu canto escondido...
Abraçado com as estórias que o destino tem para contar,
mas tão inocentemente perdido...

Apenas quero eu saber,
nessa calma nua,
quando a minha rua
se vai cruzar com a tua...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O horizonte sem caminho

Não há resposta para o que não se vê,
as perguntas são só o remoer do pensamento...
Quero o objecto indiferenciado da razão,
A destreza do momento, a galgar da opressão.

A tortura da incerteza, para uns,
é o meu guia, a voz altiva.
Para quê o temer do gesto,
se não há tormenta que me ponha à deriva?

Defendo que a irreverência é a derradeira arma
para derrubar os imaculados cálculos da mente;
Revogue-se o veneno da lógica
e solte-se aquela garra, sem precedente.


Não vou hesitar, Não vou esperar, vou ser Hoje. Vou ser Agora.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Quero ser...

Quero ser redondo,
sem arestas para limar.
Cada vértice, impureza minha;
cada canto, uma história por contar.

Quero ser uma linha,
sem defeitos, recta.
Voar alto sem sair do chão,
conquistar o horizonte com a precisão certa.

Quero conseguir ser mais de mim,
um aristocrata dos meus desvaneios.
Contornar as esquinas devagar,
atingir o fim sem desfazer os meios.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Coisas da alma e muito mais

A distância que vai desde o olhar ao sentir,
não é um palmo, um metro, não é uma rua.
Não é uma fotografia nem um gesto.
É uma recordação, é o pensar.
A minha alma está fria... está nua.
Nem se mexe, não dá o mínimo de manifesto.
Está ali apertadinha, com frio, com medo do pensar.

Gostava que fosse madura, com o mínimo de caução
- que não tivesse entrecruzada com o meu coração.
Mas ela existe, está lá para me proteger.
Está na sua esfera... mas alberga o meu ser.

Companheira de emoções:
sei que és indiferente à lógica...
Seja por falta de tacto ou frieza.
Quando o leque se espalha na mesa, emanam mil exclamações!

Perdoa-me alma, por ser tão exigente de ti.
Quanto mais tu te desvaneces, mais o meu coração sorri.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Olá, o meu nome é Sub (-) Consciente e hoje apetece-me falar um pouco sobre... tudo!


Detesto o vento, detesto o mar.
Detesto a música e o sonhar.

Alto! Será que é mesmo isto que está dentro de mim a borbulhar para se soltar cá para fora?

Gosto do teclado, da caneta.
Gosto da minha gaita e de tocar à punheta.

Detesto multidão, detesto a fila.
Detesto o meu colhão e a minha pila.

Gosto de regra e uma certa disciplina.
Gosto de escancanar e de uma ganda pina.

Detesto o meu pensar e esta mentalidade.
Detesto... Detesto o caralho, para isto já não tenho idade.

Ou tenho? Não será isto mais uma distorção da correcta visão, da minha própria natureza? Um muro que se me impõe por todos os artifícios da conjuntura em que vivo, respiro, ando?

Pois, isso fica a cargo do vento... daquela folha a pairar no ar, daquele pólen numa tarde de primavera sem rumo, sem saber onde parar, sem saber o que e onde germinar. Eu sou esse campo de silvas, o espaço das amoras silvestres e do que há para cultivar, aqui, com os sentidos bem dispertos.


E isso tudo é muito fodido, pena é que a minha mãe tá-me a foder a cabeça para ir jantar. Props, paz

domingo, 1 de novembro de 2009

Passeio

A calçada de toda uma vida
é feita de pequenos paralelos e lindas ruelas,
lixo entranhado e vias repartidas,
buracos no meio e marcas de calcadelas.

A minha calçada,
nem um passeio, nem uma auto-estrada o é.
É um misto dos dois, uma mística caminhada.

Há quem caminhe por gosto,
há quem passe por desgosto.
Há quem se reveja no meu rosto,
e há quem aviste o seu posto... Talvez longe de mim, longe de novo.

sábado, 10 de outubro de 2009

Muro de Mim.

Sou são?
Pergunto-me: serei são?

A resposta é facil e encontro-a então:
Não, ninguém o é. E se o fosse?
Não queria pois, perdia toda a diversão!

Louvados sejam os desvaneios, a loucura, a coragem e o atrevimento!
Não concordam? Não é mesmo isto que nos dá alento?
Maravilhas do desafio da moral e da conformidade,
soltem-se! Os frutos serão colhidos, não receiem a tempestade.

Se o Homem seguisse uma linha continua, longilínea, firme, de resignação,
estaria cá eu, hoje, aqui, de pensamento livre e de caneta na mão?

Desprendei-vos do que vos faz presa imovél,
o prazer está em derrubar o muro que nos enclausura!
É por isso que a sanidade é tão gostosamente refutável!
Acabem-se as mágoas e sonhos passados, acabe-se a ditadura!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Futuro, uro, uro...

Tenho este senso para a complicação,
torno linhas rectas em curvas.
Nesta situação,
não há medo nem pressão,
nem as águas são turvas.

Esta minha tendência diz tudo,
é a minha maneira de olhar, seguir e crer.
Faço-me de cego e mudo:
Querer é poder.

O cenário é meu e só meu,
eu realizo e contraceno.
Como um perdido que seu rasto perdeu,
eu calquei o meu caminho, feliz e sereno.

Não olho por cima do ombro,
não penso naquele escombro
que outrora a minha vida deixou.
Abraçei esta estrada, é onde queria e estou!

Ai, ao futuro dou um urro!
Quero tanto perder-me na sua maré!
Olhos postos em diante e seguro,
hoje remo eu, amanhã já estarei firme de pé.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Paleta

É de cor amarela
a minha favorita agualera.
É pelo significado da cor:
enriquece a minha tela.

Sou poeta, sou pintor.
Sou um grafista do que penso.
Arquitecto as minhas emoções em papel,
encho-as de ideias e dor.

Gosto de me mentir,
não de me calar!
Ao menos flui o pensar -
a paragem é o meu mártir...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Novas roupagens, futuras viagens.

A cada dia que nasce,
a cada raio de sol que espreito,
Eu sinto uma necessidade,
um querer de levar a peito,
de me vestir de branco,
de contrariar a verdade.

Vestimentas são peles,
peles que disfarçam o sou e tenho,
talvez por as uso para me sentir melhor,
talvez para não mostrar este preto ferrenho.

Ao ser visto de fora e ao longe,
pareço estar melhor que nunca!
Como o louva-a-deus está para o monge,
como o maestro mostrando sua batuca.

Sinto-me enganado e gosto,
não me quero desgarrar disto que me faz feliz.
Como um rei disposto: se me tiram esta coroa,
lá se vai o petiz.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Culpa.

Era aceitável, perdoável,
um pouco ou quanto lamentável,
essa turbulência que apareceu na linha minha
vinda não do que pretendia,
Mas do que tinha.

Era confrontado, subjugado
do pesar do sentimento de culpa
daquilo que tinha amontoado
em mim, daquilo que agora não me segura
nem me guia, só me perturba...

A culpa, ou este sentimento,
só se fermenta por algo que está em mim
e fico desfeito por dentro (mas aguento)
por saber que só por responsabilidade minha
é que a minha vida agora é assim...

Vejamos: só consigo sentir culpa
porque me revejo em dois:
Um que está agora aqui e remói o passado
e o que me preocupa, o que virá depois.


Convenhamos: "preso", "contraído" e "agarrado"
são tudo palavras deste dicionário que me foi criado.
Não porque quis... ou talvez nem tal culpa coube a mim.
Mas por tudo isto escrito e passado,
Sei que lê-lo até ao fim,
é agora encontrar-me a mim,
Enfim!

sábado, 8 de agosto de 2009

Não me consigo conter.

São tantas, tantas meus caros,
estas flechas de pensamento que se concentram em mim.
Mas sem percepção nem reparos,
elas fogem e caíem, assim.

Sou concha, sem a sua metade.
Não porque divago além-mar,
mas porque não tenho como me fixar,
nem para onde ou quem olhar...
Sorte: tenho pouco e muito para mostrar.

Mas será que quero?
Não sei, este apenas sou eu.
Estas ideias, espero,
não me mudem a mim nem o céu.
Que mudem o que possa ser mudado!
Cada vosso céu estrelado.

Inspiração, onde estás?

Tem-me faltado inspiração.
Inspiro... apenas ar,
e expiro emoção.

Como o trespassar da emoção
é tão dificil de se fazer,
assim canto eu esta canção
aspirando mais por dizer.

Pensamentos difusos,
andam por aí sem rédea nem travão.
Explaná-los sem um senão
quero-vos dar novos usos.

Por isso escrevo, declamo,
pois apesar de saber que eles podem ser ilusões,
eu vos inflamo...
Para poderem surgir novas canções.

sábado, 7 de março de 2009

Reciclar?

Todos os números que eu somo
Dão-me um resultado, inconformado.
Com os dividendos passados, há um denominador que tomo
És o meu expoente, o meu vomitado.

Números em vez de palavras,
Porque tudo em nós sempre foi mecânico
Farto de lutas por ti travadas
Quero escapar, és lixo orgânico.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Cais

Rompem-se os cascos dos mais volumptuosos navios,
que pairam turbulosamente sobre o nosso cais.
Armem-se as velas ou prendam-se os desafios,
Firme-se o leme ou levaremo-nos pela maré de sais.
Está na hora da decisão: de ancorar ou partir,
de curar ou ferir.

A corrente agita aquilo que prendo e prezo.
Sou navegador, sou vagabundo, pois
Por tanto e quanto mais eu rezo
Mais me altero lá no fundo.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Oração

Irado, trespassado, varzeado, rebentado.

O meu coração está traçado, estoirado, renegado, não-sarado.

Desencontrado, destilado, desdenhado e destroçado.


Serás mesmo tu o meu predicado?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

(Bi)polar.

Through the woods and frosted moors,
Past the snow-filled branchs I
Bed down upon the drifting snow
Sleep beneath the melting sky
I whisper all your names
I know not where you are
But somewhere, somewhere here
Upon this wild abandoned star.

I have no single memory
No awakening, no flaming dart
No word of consulation
No arrow through my heart
Only the slightest notion
A glimmer from a far
That I try to grab with my fingers
As we go spinning wildly through the stars.

The wind lifts me to my senses
I rise up with the view
The snow turns to streams of light
The purple sting grows anew
I call you by your name
I know not where you are
But somehow, somewhere, sometime soon...

Upon this wild abandoned star.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mini(-)mal

Nada é bastante. Para quem considera que pouco é suficiente.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pêndulo...

O pêndulo pendula os meus sentimentos na palede.
Como o tic-tac suave de um relógio de cucu, o pêndulo anla dum lado para o loutro.
Os meus sentimentos esvoassam, não há qualquer tipo de equilíbrio, nao há uma palavla que não esteja dependulada da penúlia do pêndulo.

Pêndulo... Quer sejas tu, quer seja o meu coração, a minha alma desalma-me e desama-me.
Desprecisa-me. Desprocura-me por detrás das demais demagogias da minha própria cabeça.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A-deus

Tempestade és tu,
Tempestade sou eu.
Nesta roda viva de tempestades, quem sou eu? Quem sou eu?
Isso não sei, pois preciso que me digas se lá no cimo sou deus,
Ou cá em baixo ateu.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

In (th)oughts.

Objecto.
O Objecto é subjecto e sujeito à objectividade.

Onde me encontro? Um marginal, um rejecto.
Rejecto subjectivo? Não, objectivo.
Porque para aquele simples objecto, eu não terei um objectivo, e serei um rejecto subjectivo.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Dedicatória, ao meu pensamento.

Por debaixo do meu mar de lágrimas, insaciável, eu encontro-me.
Perdido num caminho, infinito e místico.
Esta fria e crua escuridão, que penetra e envolve o meu coração.
Sabes... está frio. Está cru.
Envolto na inoquidade da vida, eu, solitário errante continuo preso na incessante busca de algo maior.
E, na alvorada do pensamento, só um pensamento emerge: tu.
Mas, tu quem? Tu? Aquela pessoa que tanto anseio encontrar? Essa pessoa ainda não se cruzou comigo, não passou por mim. Não a encontrei naquela rua, naquele momento, com aquela pressa, rusga.
Como posso então querer-te a ti, se não sei de ti? Pois para ti, mística, precisas de "mim", e a mim eu irei encontrar. Irei-me procurar.
Pois, primeiro, eu tenho de ser. Ser a pessoa que sei que também anseias encontrar.